segunda-feira, 5 de abril de 2010

da Agência Estado

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse hoje que os EUA irão atrasar o envio do relatório para o Congresso sobre a política de câmbio da China, mas afirmou que o país asiático está apoiando-se em "intervenção na moeda" e precisa mover-se para uma "taxa de câmbio mais orientada para o mercado".

Em um comunicado escrito, Geithner citou uma série de encontros de alto nível entre a China e os EUA ao longo dos próximos três meses como razão para o atraso. Os encontros, disse ele, "são a melhor via para o avanço dos interesses dos EUA neste momento".

O Tesouro deveria divulgar seu relatório semestral ao Congresso sobre políticas cambiais de seus principais parceiros comerciais em 15 de abril. Um número crescente de congressistas tem solicitado à administração que rotule a China de manipulador de moedas, dizendo que Pequim desvaloriza, de propósito, o yuan para dar às suas exportações vantagem competitiva no mercado global.

Os congressistas afirmam que essa prática tem contribuído para os grandes déficits comerciais norte-americanos com a China e tem custado postos de trabalho aos EUA.

O comunicado cuidadoso de Geithner não rotulou a China de manipulador, mas utilizou linguagem forte sobre o papel do país no controle da moeda. "A manutenção da paridade do câmbio tem demandado um volume crescente de intervenção na moeda". "Além disso, a taxa de câmbio não flutuante da China tem dificultado que outras economias emergentes deixem suas moedas apreciar. Um movimento pela China em direção a uma taxa de câmbio mais orientada ao mercado irá representar uma contribuição essencial ao reequilíbrio global", completou o secretário.

Os representantes norte-americanos têm dito que os chineses indicaram comprometimento em permitir que o yuan se aprecie e que o atraso na divulgação do relatório irá permitir mais negociações produtivas. Na sexta-feira, Geithner afirmou, em entrevista a uma rede de televisão, que estava "bastante confiante" que a China iria mexer na moeda.

O presidente da China, Hu Jintao, anunciou esta semana que iria acompanhar o encontro de segurança nuclear, nos EUA, com o presidente Barack Obama, em 12 e 13 de abril, dias depois da data em que estava programada a divulgação do relatório do Tesouro norte-americano.

A China e os EUA têm uma agenda com uma série de diálogos ao longo dos próximos meses, incluindo o encontro dos ministros das Finanças dos países do G-20 este mês e em junho e o Diálogo Econômico e Estratégico EUA-China, em Pequim, em maio. As informações são da Dow Jones.
Reuters

O presidente do Equador, Rafael Correa, solicitou a anulação de uma decisão de arbitragem contra seu governo na disputa contra a gigante do petróleo Chevron.

Na terça-feira, uma comissão de arbitragem determinou que os tribunais de justiça de Equador violaram a lei internacional ao atrasarem as decisões judiciais sobre disputas comerciais entre a Chevron e o governo equatoriano, e concedeu 700 milhões de dólares à Chevron.

"Vamos tentar anular esta monstruosidade", disse Correa no sábado, referindo-se à decisão da arbitragem.

Correa está forçando a renegociação dos contratos de empresas petrolíferas estrangeiras em uma tentativa de aumentar o controle estatal no setor.

O líder, que abalou os mercados em 2008 ao negar o pagamento de 3,2 bilhões de dólares em ações, recebeu apoio de defensores da região amazônica do país, que estão processando a empresa de petróleo norte-americana Chevron Corp. por 27 bilhões de dólares em danos ambientais.

Ainda, Correa nomeou neste sábado um novo ministro de políticas econômicas. Katiuska King, atual vice-secretário do departamento de planejamento e desenvolvimento do país Senplades, assumirá o cargo oficialmente nesta segunda-feira para substituir o atual ministro de Políticas Econômicas, Diego Borja.

Um total de oito ou nove novos ministros serão nomeados, segundo comunicado de Correa em rede televisiva.

"Katiuska King será o novo ministro de políticas econômicas", disse o presidente esquerdista.
BBC Brasil

O Tesouro dos Estados Unidos está atrasando em vários meses a divulgação de um relatório que investiga se a China está manipulando a sua moeda.

O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse que atrasará o relatório, que estava previsto para ser divulgado no dia 15 de abril, até que ocorra uma série de encontros internacionais entre autoridades.

A decisão pode servir para melhorar as relações entre Estados Unidos e China, mas pode expor o governo a críticas de legisladores americanos, que culpa o baixo valor da moeda chinesa pelos problemas enfrentados pela economia dos Estados Unidos.

O governo americano não tem escondido sua opinião de que a China está mantendo o yuan em um nível muito baixo e artificial.

Mas se a crítica for colocada em um relatório, isso poderia forçar o governo americano a ter que considerar sanções contra produtos chineses, o que pode prejudicar as relações entre os países.

Geithner disse que adiará a divulgação do relatório para aproveitar alguns encontros internacionais - como a reunião de cúpula do G20 e um encontro de cúpula Estados Unidos-China - para tentar convencer os chineses a mudarem sua política em relação ao yuan.

Acusar a China formalmente de manipular a sua moeda, neste momento, causaria problemas ao governo americano.

O presidente chinês, Hu Jintao, será recebido em Washington no final do mês, para um encontro sobre tecnologia nuclear. Os Estados Unidos devem pressionar a China para adotar sanções contra o Irã, devido ao programa nuclear do país.
da Agência Estado

A Receita Federal abriu guerra contra o planejamento tributário feito pelas empresas para pagar menos impostos e vem travando disputas nos tribunais sobre a legalidade de uma série de negócios bilionários feitos nos últimos anos, como fusões, aquisições e reorganização societárias.

O Fisco criou duas delegacias especiais de fiscalização de operações de planejamento tributário, em São Paulo e Rio de Janeiro, e vai formar equipes de auditores especiais em todas as 10 superintendências regionais do País. Ao todo, serão cerca de 400 auditores, com apoio do serviço de inteligência da Receita, à caça de operações desse tipo suspeitas de serem irregulares.

Simulação. Levantamento da Receita mostra que, nos últimos cinco anos - período de bom desempenho econômico -, 42% das maiores empresas, responsáveis por cerca de 80% da arrecadação federal, apresentaram prejuízo fiscal. Para a Receita, boa parte desse prejuízo foi formada com base em operações simuladas, construídas com apoio de escritórios de advocacia para diminuir o pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A cúpula do Fisco já fez um alerta sobre o risco de queda na arrecadação nos próximos anos, com operações "abusivas" de planejamento tributário depois da crise financeira. É que a legislação permite que "estoques" de prejuízos possam ser compensados sem prazo final de decadência. Ou seja, uma empresa pode acumular vários anos de prejuízo e, depois, quando registrar lucro, abater o valor anualmente até 30% do lucro apurado.
da Agência Estado

Os brasileiros, pessoas físicas ou empresas, - devem mais de R$ 800 bilhões em impostos atrasados ao governo federal.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) divulgou um balanço mostrando que a dívida ativa da União atingiu R$ 827,824 bilhões no ano passado, o que representa um aumento de quase 12%. Em 2008, esse passivo do contribuinte era de R$ 741,028 bilhões.

Mesmo com os programas de parcelamento de dívida e incentivo para pagamento concedido pelo governo, o débito do contribuinte não para de crescer.

No ano passado, a PGFN conseguiu receber apenas R$ 17,536 bilhões. Essa arrecadação aumentou 12,52% em relação a 2008, porém, é insuficiente para impedir a expansão da dívida ativa. Além da correção monetária, o número de contribuintes inscritos em dívida ativa também deve crescer.
da Agência Estado

A classe média popular vai dominar o mercado residencial brasileiro nos próximos anos, segundo recente estudo da MB Associados. De acordo com as projeções da MB, a classe C, com renda familiar de três a dez salários mínimos, terá uma demanda habitacional potencial por 10,4 milhões de imóveis até 2016.

A demanda potencial, segundo o trabalho, é medida pelo número de novas famílias que surgem em cada classe, incluindo-se aí pessoas que partem para morar sozinhas, como um filho que sai de casa ou um divorciado. A consultoria excluiu o déficit habitacional - condições precárias e coabitação, que atingem 7 milhões de famílias, 80% das quais nas classes D e E - do cálculo de demanda potencial.

As novas famílias vão buscar imóveis para morar, sejam novos, usados ou alugados. Sérgio Vale, economista da MB Associados, crê que grande parte da demanda potencial se direcione para a compra de imóveis novos, dada a rápida expansão do crédito imobiliário e o aquecimento desse mercado.

A demanda potencial da classe C é, inclusive, maior que a demanda potencial total de todas as classes, que é de 9,5 milhões até 2016. O fenômeno se explica pela migração prevista, para a classe C, de famílias das classes D e E, com a continuidade do processo de crescimento econômico e redução da pobreza.

Como as classes D e E vão diminuir, elas apresentarão uma demanda negativa de 2,4 milhões naquele período - isto é, essa será a redução do número de famílias nas duas classes mais pobres. Já o aumento do número de famílias das classe A e B (acima de dez mínimos) será de 1,6 milhão até 2016.
da Agência Estado

A BM&FBovespa se prepara para escolher quem será o gestor de um novo fundo de índice, também chamado de ETF (sigla para Exchange Traded Found). A intenção da bolsa é colocar no mercado um ETF que siga o índice do sistema financeiro, lançado em janeiro.

O ETF é uma espécie de fundo de ações que investe em todas as empresas integrantes de um determinado índice, como o Ibovespa, por exemplo. O diferencial é que o investidor compra apenas um papel e, automaticamente, está aplicando em todas aquelas companhias.

Fora do País, os ETFs já conquistaram os investidores pessoas físicas, mas, em território nacional, a moda ainda não pegou. Nos Estados Unidos, os ETFs representam pouco mais de 30% dos totais negociados na bolsa. Aqui no Brasil, a participação não alcança 1%.

"Mas isso é questão de tempo. Assim que o investidor brasileiro passar a conhecer e entender o produto, certamente o mercado vai crescer bastante", diz o diretor de renda variável da BM&FBovespa, Júlio Ziegelmann.

BlackRock

O Brasil tem sete produtos desse tipo. Um deles é administrado pelo banco Itaú e os outros seis são geridos pela americana BlackRock, maior gestora de ETFs do mundo. Os índices Ibovespa, IBRX-50, IBRX-100, mercado imobiliário, bens de consumo, pequenas, médias e grande empresas já são cobertos por ETFs no País.

No que depender da gigante BlackRock, o lançamento de novos produtos não vai parar por aí. "Mantemos conversas frequentes com a bolsa e com a CVM (Comissão de Valores Mobiliário) sobre novos ETFs no Brasil", diz André Ribeiro, diretor de marketing para America Latina da BlackRock.

Ribeiro sinaliza que há conversas adiantadas sobre ETFs internacionais. "Dessa maneira, o investidor brasileiro que tiver interesse em aplicar na Nasdaq (bolsa eletrônica americana, onde são negociadas principalmente ações de empresas de tecnologia), por exemplo, poderá", explica. A prática já é exercida pela BlackRock em países como EUA, México e Canadá.

Para aplicar por meio desse produto, o investidor deve fazer o mesmo procedimento de quando inicia aportes em ações. Ou seja, é necessário abrir uma conta em uma corretora certificada pela Bovespa e começar a negociar os ETFs.

Hoje, o papel desse segmento mais em conta é o MOBI11, que segue o índice do mercado mobiliário e exige aporte inicial de cerca de R$ 1,7 mil. Corretoras de valores salientam, porém, que também é possível comprar frações de ETF, o que reduz o valor do aporte inicial.

Para se ter uma ideia da rentabilidade que esse tipo de papel oferece, o BOVA11, balizado pelo Ibovespa, teve rentabilidade de 5% no mês de março. Em igual intervalo, o Ibovespa subiu 5,8% – o que comprova a proximidade das duas curvas. Os papéis PN da estatal Petrobrás (os mais líquidos do mercado brasileiro), porém, renderam 2,43% no mesmo período.

Simples

Ziegelmann reforça que investir por meio de um ETF pode ser "muito mais simples" do que atuar no mercado acionário tradicional, já que o investidor precisará monitorar apenas um papel. "É uma maneira de diversificar a carteira", diz. "O produto oferece a agilidade da ação e a segurança de um fundo."

Ribeiro, da BlackRock, concorda com o executivo da bolsa. Ele salienta ainda que, por se tratar de um único papel, mas que aplica em diversas companhias, o investidor tem custos menores de operação e, segundo ele, as taxas de administração são inferiores às oferecidas pelos fundos de ações comuns.